Dia #2

Abril 30, 2010

Estou cansada dos sons de Lisboa. Acordo para o ruído da rua, já atrasada e angustiada. Apressa-me as veias, que ainda agora se esqueciam das horas doentes do dia anterior, e rasga-me os lençóis onde me iludia. Um baque pela manhã. Acordo cansada e não tenho onde me restaurar.

O metropolitano teimou em deixou-nos de fora. Por isso, caminhei. No passeio poupado, senti cada carro frio passar por mim, cada bafo pesado que me dançava. Os olhos cerrados pela poeira dos dias, a penitência do acelerador do motociclo, o aperto da multidão disciplinada, sufocavam. Sou pequena nesta cidade abundante.

Estou de regresso ao meu quarto caseiro, fora da Cidade. Estranho as paredes brancas, como sempre o foram, sorrio ao espaço que me guardou para o regresso. Aqui não oiço aviões. Já não me recordo do som do amanhecer neste canto. Mas tenho saudades. Vou dormir e amanhã acordarei mais descansada. Aqui não tenho pressas. Estou em casa.

Comigo: Música – A Naifa

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